Ingredientes para inovar na vida pessoal e profissional.

Embora a palavra “inovação” venha sendo utilizada com uma frequência cada vez maior e em setores dos mais diversos ainda existe muita controvérsia quanto ao seu verdadeiro significado.

Este artigo não tem a pretensão de esgotar o polêmico assunto e, muito menos, de dizer quais são os conceitos certos ou corretos. Afinal inovar na minha visão tem como premissa principal a fuga dos padrões pré-estabelecidos quer seja pela sociedade, academia ou pelos, muitas vezes autointitulados, “innovation experts”. 

Sugiro a você leitor que após concluir a leitura, absorva o conteúdo que julgar relevante, critique aquilo que discordar, complemente os conceitos e, deste modo, contribua para a construção de um ecossistema de inovação democrático, criativo e saudável.

Nas minhas andanças por mais de 80 países sempre priorizei a prática da empatia que tem como pilar o “ouvir” em substituição ao “escutar” que, embora sob alguns pontos de vista ou definições de dicionários podem ser considerados sinônimos, ambas se constituem em diferentes formas de comunicação. 

É possível “escutar” sem “ouvir”, não sendo possível o contrário. Ouvir significa valorizar o conteúdo que está sendo transmitido pelo interlocutor, criar uma conexão fisiológica do corpo e do cérebro, compreender e respeitar as opiniões, por mais que divergentes que estas sejam das nossas.

Com base na empatia do “ouvir” de forma ativa empreendedores e pessoas “comuns” de todo o mundo, conclui que inovar significa agregar valor a um produto, processo ou comportamento por meio da criação de algo novo, atribuir um novo uso ou adicionar uma nova funcionalidade a algo já existente ou mudar a forma de agir nos campos pessoal e profissional de forma a aumentar, por exemplo, os ganhos financeiros, o desempenho e a melhora nas relações interpessoais atingindo a harmonia.

Definido o conceito, dentro da metodologia baseada nos princípios da Neurociência Genoma da Inovação que desenvolvi para educação e capacitação no tema, temos duas categorias de Elementos Promotores da Inovação (EPIs), que são os extrínsecos caracterizados pelos fatores que não se encontram sobre o nosso controle, tais como a ambiência e cultura de inovação, os recursos financeiros e a infraestrutura (incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos etc.) e os intrínsecos que são aqueles que dependem única e exclusivamente do nosso esforço, dedicação e disciplina.

Os fatore intrínsecos são representados pelos “4 Cs”: Curiosidade, Criatividade, Conhecimento e Comunicação.

Esqueça tudo que você ouviu falar da criação de uma inovação a partir do momento “Eureka”, pois ele não existe. Estes insights podem, no máximo gerar uma boa, ou até mesmo uma ótima ideia, mas nunca criar uma inovação, pois as ideias são individuais e a inovação é processo coletivo.

Por este motivo sem desenvolver e aplicar os 4 Cs você não irá inovar: se você não for questionador, utilizando o “por que?” de forma recorrente e obsessiva buscando entender desde o mecanismo de funcionamento da inteligência artificial e do machine learning, até a lógica por trás de um fluxograma de processos ou decisão administrativa ou política e, deste modo, criar novos circuitos neurais que ampliarão sua capacidade cognitiva, com melhora no desempenho da memória, raciocínio lógico e criativo, entre outros benefícios (Curiosidade); sendo ousado, sem medo de propor novas soluções para os problemas ao invés de praticar a crítica destrutiva para não ser repreendido (e às vezes ridicularizado) pela sociedade (Criatividade); estudando assuntos de diversas áreas, de finanças à sociologia, de empreendedorismo à arte, e tornando além de um especialista na sua área de formação um generalista (Conhecimento); e, finalmente, mas não menos importante, ouvindo (e não escutando) seu público-alvo, ou seja, praticando a empatia (ouvir consciente), quer seja com seus clientes no negócio ou seus amigos e familiares para conhecer suas necessidades, desejos, medos, aspirações e sonhos e, deste modo melhorar seu poder de persuasão, ter harmonia nas relações e tornar-se uma pessoa da qual as pessoas sintam falta, gostem de conversar e desejem sempre ter por perto (Comunicação).

Nos próximos artigos abordaremos de forma individualizada cada um dos 4 “Cs” e as estratégias que podemos aplicar na rotina diária para atingir a excelência como profissional e ser humano.

 

Chegamos ao fim deste artigo e eu espero que o conteúdo tenha sido útil e valioso para ser aplicado de forma rápida e objetiva no seu dia a dia pessoal e profissional. Muito obrigado pela sua atenção e tempo. Nos veremos na próxima. Até lá te convido a assistir uma palestra onde abordei este tema. Acesse o link: https://youtu.be/27miCRG7EYU

Marcelo Vivacqua
Gerente de Ciência, Tecnologia e Inovação da SECTI-ES

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