O que são as chamadas Novas Economias?

A ideia desse breve artigo é tornar mais claro o entendimento do que são as chamadas “novas economias”, não tratarei aqui sob uma ótica excessivamente acadêmica, tentarei trazer conceitos e questões mais práticas, buscando assim facilitar a compreensão sobre o tema.

Vejo que o primeiro passo para essa compreensão consiste em entender o que é Economia, trata-se de: ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. É também a ciência social que estuda a atividade econômica, através da aplicação da teoria econômica, tendo, na gestão, a sua aplicabilidade prática. Definição tirada do site wikipedia.

É possível, e até natural, que as Novas Economias tragam algo diferente a ser incorporado ao conceito mais tradicional de Economia, certo? Bem, o que tratamos como Novas Economias pode ser percebido como um modelo econômico onde os recursos intangíveis também possuem valor significativo para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços ao passo que na Economia tradicional os recursos tangíveis encontram maior relevância.

Acredito ser a primeira vez que vemos um movimento econômico se consolidando onde as matérias primas são recursos intangíveis, talvez essa seja, a meu ver, a principal característica das Novas Economias.

As Novas Economias podem ser entendidas sob quatro dimensões:

Economia colaborativa: trata-se de um conceito onde o valor social da colaboração é o mais evidente. Uma característica evidente neste modelo é a colaboração entre pessoas eventualmente não conhecidas entre si, de forma a tornar mais eficiente a utilização de seus recursos financeiros, seja por meio de aquisições conjuntas ou por novos modelos de consumo de bens e serviços. 

Economia compartilhada: guarda semelhança com o conceito apresentado anteriormente, podendo, inclusive, haver confusão entre Colaborativa e Compartilhada. Neste modelo o ponto principal é o compartilhamento de algum bem ou serviço com outras pessoas, normalmente por meio da intermediação de uma empresa ou organização. Neste caso vemos normalmente uma presença significativa de tecnologia para ganhos de escala.

Economia Criativa: aqui a questão chave é a criatividade, no meu entendimento talvez essa seja a de compreensão mais direta, são as atividades econômicas onde a criatividade é a principal matéria prima.

Economia Multimoedas: neste caso, ao contrário dos demais, nota-se a presença de um ativo tangível representa uma exceção com relação aos recursos tangíveis, que são as moedas, sejam digitais ou não. Para esse caso é de fácil percepção o surgimento de novas “moedas virtuais” e não oficiais como o Bitcoin, por exemplo, além da possibilidade de usar a permuta entre pessoas como um tipo de moeda também.

Após breve conceituação destaco o ponto que considero central, para concluir. Falo aqui da relação das Novas Economias com a questão da sustentabilidade, entendo ser imperioso que o modelo econômico predominante atualmente seja aprimorado, buscando uma relação mais harmônica como planeta. E, nesse sentido, estes novos conceitos de atividades econômicas podem ter um papel preponderante, uma vez que estimulam o rompimento com um modelo baseado em consumo em larga escala, buscando novas alternativas para atendimento às necessidades com o mínimo impacto possível. Desta forma, possibilitam economia de recursos financeiros por parte dos indivíduos, induzem um modelo de produção mais sustentável e ainda viabilizam negócios rentáveis, pontos que considero importantes para a consolidação deste novo modelo econômico. 

Pedro Henrique Trindade

Gerente de Processos no Governo do Estado do Espirito Santo